Follow us in www.felneracademy.com

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fim-de-semana competitivo...

Este fim-de-semana foi fértil em competição para os nossos atletas. O Tiago Olímpio ficou responsável pelo acompanhamento ao torneio future de Faro, em que estiveram presentes o João Fazendeiro e o Rodrigo Freitas no qualifing e ainda o Frederico Silva, que jogará com WC o quadro principal. Para os talentosos João e Rodrigo é a primeira experiência em provas ATP e acabaram por ter prestações positivas. O João passou uma ronda num jogo muito disputado ganho em três sets e o Rodrigo mostrou todo o seu potencial no duelo com um jogador mais experiente e com pontos ATP. O Artur Completo, acompanhado pelo Pedro Correia, terminou ontem a sua digressão por terras africanas com uma vitória na variante de pares. De destacar a excelente prestação do Artur ao longo destas semanas, alcançando dois títulos de singulares e um de pares, amealhando desta forma os seus primeiros pontos ITF e entrando directamente para os 500 melhores do ranking mundial junior. Na Batalha, os nossos atletas mais jovens, acompanhados pelo Luis Vazão, competiram no Campeonato Regional de Sub 14. De destacar a final entre os nossos atletas Tiago Cação e José Maria Grilo, com vitória do primeiro. O Tiago acabou por confirmar o seu favoritismo e, para o José Maria Grilo, acaba por ser um merecido prémio para o seu trabalho e uma demonstração do seu talento e da evolução do seu ténis. Nas Caldas, jogaram-se as primeiras rondas do Campeonato Regional Absoluto. Com os atletas mais velhos a competir no Algarve, a nossa representação ficou a cargo dos jovens Diogo Agostinho e Raquel Completo. O meu fim-de-semana acabou por ser o menos competitivo! Depois de tantas semanas ausente, foi tempo para descansar e estar junto da família!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O ténis na escola...

Terça-feira passada fui a Santarém dar uma acção de formação para professores de Educação Física. Esta iniciativa partiu de um professor que está a fazer um projecto muito interessante de dinamização do ténis na escola, e não poderia deixar de colaborar. A iniciativa decorreu numa escola da cidade e a maioria dos professores pertenciam a escolas do concelho. Estiveram presentes quase 30 professores, o que numa formação que não dava créditos, não deixa de ser um número interessante, e que demonstra o interesse de muitos professores de EF para a nossa modalidade. Na sequência desta acção, tive a curiosidade de ir ler o manual da FPT para a iniciação ao ténis nas escolas e gostei do que vi. Parece-me uma excelente ferramenta de apoio aos professores, ainda por cima disponível a todos pela internet. O ténis na escola é fundamental, não para formar atletas, mas para dar a oportunidade a milhares de alunos espalhados pelo país de experimentar o ténis.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Frederico a 1 ranking TE

É um orgulho para mim, e para todos aqueles que diariamente convivem com o Frederico, vê-lo alcançar o primeiro lugar do ranking europeu. Como também é um orgulho ele estar a 60 do ranking mundial junior, com apenas 15 anos. É um justo prémio para o seu talento e para o seu esforço e dedicação! Temos consciência que este é apenas mais um passo rumo ao profissionalismo mas também sabemos que é um passo difícil e, talvez por isso, nunca alcançado por nenhum português. No entanto, o nosso historial é bem revelador das dificuldades que ainda temos pela frente...infelizmente, dos poucos jogadores portugueses que alcançaram os primeiros lugares dos ranking internacionais de Sub 14, Sub 16 ou Sub 18, apenas o Frederico Gil (esteve a top 10 ITF) conseguiu chegar à elite do ténis, estando actualmente na 85 posição ATP, sendo que a melhor posição de um português foi (se não me engano...) a 68º posição (feito também protagonizado pelo Frederico Gil). A estatística não nos ajuda, mas à que acreditar, e eu acredito...


domingo, 20 de fevereiro de 2011

PNDT

Decorreu hoje, nas Caldas, mais um torneio do Plano Nacional de Detecção de Talentos (PNDT). Tive curiosidade de ir ver e fiquei chocado! Se não forem tomadas medidas para procurar enquadrar e "formar desportivamente" os pais, arriscamo-nos a transformar o PNDT em PNMT (Plano Nacional para Matar Talentos). Vi de tudo, desde uma mãe a insultar o filho depois deste ser derrotado, chamando-lhe "burro" por ter perdido, pais a pressionar o juíz-árbitro porque o responsável pelo campo não chamou uma bola fora (mesmo a ser verdade, é uma boa forma de ensinar as crianças a respeitar o árbitro e os seus erros!), pais a falarem constantemente para dentro do campo, pressionando o seu filho e o adversário e, até mesmo, pais a insultarem-se mutuamente, com ameaças à mistura. Tudo isto perante o olhar atento das crianças! Logicamente que nem todos os pais têm estes comportamentos, mas parece-me que o ambiente vivido não é aquele que se deseja para uma prova com crianças, que se deviam estar a divertir com o ténis, através de uma competição com carácter essencialmente lúdico. O ênfase dado à vitória está acima de quaisquer preocupações pedagógicas ou de formação e, assim, estamos a desvirtuar todo o conceito para o qual foi criado o PNDT. Muitos países terminaram com estas competições precoces devido a estes problemas e por defenderem que existem mais desvantagens do que vantagens em começar a competir tão cedo. Não penso que o PNDT deva terminar, pelo contrário, mas acho que deve ter um papel formativo perante os pais e deve estar melhor regulamentado. Coisas simples poderiam ajudar. Por exemplo, em França, a FFT criou brochuras para entregar a cada pai com as regras, cuidados e comportamentos proibidos e entrega aos clubes cartazes com as regras, para afixar em locais visíveis. O rigor dos responsáveis (árbitros, juíz-arbitro, director do torneio, etc) no sancionamento dos comportamentos proibidos, penalizando os próprios jovens quando o comportamento dos pais for contra as regras, também seria importante para responsabilizar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Detecção de talentos...

Caros colegas, não estejam à espera que o PNDT descubra os vossos talentos...não quero com isto desvalorizar um projecto que, apesar de em minha opinião ter algumas falhas, é um projecto válido e importante para o nosso ténis. No entanto, não se esqueçam que o primeiro contacto com as crianças é feito nos nossos clubes e somos nós que temos que ter o "talento" para "descobrir talentos".

A primeira dificuldade é definir "talento". Não vou entrar por aí neste pequeno texto, até para não vos maçar! No entanto, deixo-vos esta história real para reflexão: em 2009, no Mundial Sub 14 e em conversa com um treinador amigo, que tem um pequeno clube numa cidade periférica da Argentina (mas que formou jogadores como Del Potro e Juan Mónaco!), perguntei-lhe como detecta os seus talentos, à espera de uma resposta elaborada e com muitos critérios de selecção. Qual o meu espanto com a resposta: marcamos um dia e colocamos os nossos meninos da escola de ténis a bater à parede. Passados 10 minutos, metade já desistiram ou estão chateados. Os que lá ficarem mais tempo e com muita vontade de continuar, são os nossos talentos. Isto é verídico e faz pensar, não...

No entanto, não basta detectar o "talento". Quantos talentos (em termos físicos e motores...) já me passaram pelo clube e desistiram passado pouco tempo ou nunca passaram dos torneios internos do clube. Pode não ser politicamente correcto dizê-lo, mas a verdade é que existem uma série de outros sinais que nos indicam, com pouca margem de erro, se ele tem condições para prosseguir um processo de formação direccionado para a competição/alto-rendimento. E não me refiro só à capacidade económica para suportar o sempre dispendioso processo de formação de um jogador! Importa também caracterizar os pais, o estilo de vida, onde vive, a disponibilidade, o apoio da família, os costumes, etc...



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Os courts cobertos do Estadio Nacional

Por vezes desloco-me a Lisboa com o Frederico Silva para treinar com os atletas residentes do CAR, ou com outros jogadores portugueses. O ambiente é excelente, com muitos dos melhores jogadores e treinadores portugueses a trabalhar. Para mim é sempre um grande prazer. Para além do sempre saudável "mudar de ares" é uma forma de rever colegas e amigos. É em dias como o de hoje, com vento, frio e chuva que mais valorizamos a fantástica estrutura que são os campos cobertos do Jamor. Para dizer a verdade, nem parece que estamos em Portugal. É uma estrutura ao nível do melhor que tenho visto lá fora. Diria mesmo que é um luxo poder treinar com estas condições. Não é essencial ter estas condições para se formar grandes jogadores, mas que sabe bem lá treinar, lá isso sabe...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Protocolo com Colégio Rainha D. Leonor (CRDL)

Em 2009, fizemos com o CRDL um protocolo inédito em Portugal, que permite aos nossos atletas terem condições de excepção para estudar e treinar. Para além das vantagens geográficas (o CRDL é "colado" ao clube), os nosso atletas têm acesso a horários que lhes permitem treinar de forma bi-diária, são-lhes dispensados tutores, podem estudar e fazer testes on-line, têm uma carga horária semanal menor, têm faltas justificadas quando estão ausentes e, o mais importante de tudo, são compreendidos e acarinhados pelos professores...

Não estou 100% dentro das razões políticas que levaram o estado a "cortar" nas escolas particulares de ensino cooperativo. Acredito mesmo que, num momento de contenção geral, existam razões objectivas que justifiquem retirar privilégios ou cortar no financiamento a estes colégios. Mas, de uma coisa estou seguro: para os profissionais do CRDL, nomeadamente para a direcção e o corpo docente, é uma grande injustiça! São de uma dedicação incondicional a este projecto e aos alunos e construíram um projecto educativo de excelência. Qualquer medida política que lhes retire condições de trabalho (ou mesmo o trabalho!), é uma grande injustiça para eles e uma grande perda para todos os alunos.







segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A inevitável pergunta

Porque nunca existiram jogadores portugueses nos primeiros lugares do ranking ATP? Esta é uma pergunta que me colocam frequentemente, principalmente pessoas que não estão ligadas ao ténis. A minha resposta também é sempre a mesma: por um conjunto de factores. Seguida de algumas interrogações: será que é um problema exclusivo do nosso ténis? Não será um problema transversal ao nosso desporto (talvez com excepção do futebol)? Em Portugal, que modalidade individual altamente profissionalizada e global, tem 2 atletas entre os 100 melhores do Mundo? Poderão responder: atletismo, judo, ginástica, etc...é verdade que temos grandes atletas nestas modalidades, mas não esquecer que o judo se divide em várias categorias e a ginástica e o atletismo são constituídos por várias provas. O ténis é uma modalidade com muita adesão e competitividade em todas as partes do Mundo, da Europa, aos EUA, América do Sul, Austrália e, mais recentemente, com uma grande expansão nos países asiáticos. E só existe um ranking, que engloba todos os atletas profissionais! Penso mesmo que, para o nível geral do nosso desporto, o ténis tem conseguido fazer grandes proezas!

Voltando às nossas dificuldades...é muito difícil competir com grandes potências do desporto mundial quando a nossa base de recrutamento é muito pequena, embora isto não justifique tudo (potências do ténis como a Bélgica e a Suécia também o são). Somos um país periférico na Europa, o que num desporto que obriga a competir internacionalmente de forma sistemática, obriga a deslocamentos maiores e a custos mais elevados. A nós não nos basta ter talentos e grandes resultados na formação, ainda temos de ter a sorte desses talentos terem milhares de euros disponíveis para investir na sua carreira. Em qualquer país desenvolvido desportivamente é impensável um "potencial campeão" ser desperdiçado por não ter apoios para dar continuidade à sua carreira, sejam eles públicos ou privados. Em Portugal, os nossos atletas têm de ser autênticos heróis para conseguirem conciliar os estudos com o treino de alto-rendimento, ainda mais numa modalidade exigente como o ténis, que obriga a muitas horas de treino diário e a semanas consecutivas de viagens pelo estrangeiro. Os países desenvolvidos desportivamente valorizam estes jovens e vêem neles futuras "bandeiras" do país, criando-lhes todas as condições que lhes permitam dar continuidade aos estudos, sem colocar em causa a sua formação desportiva (horários próprios, estudo online, etc). Como somos menos e não temos historial no ténis, para conseguirmos competir com os melhores do mundo temos de ter melhores condições materiais e humanas. Temos de ser mais exigentes na formação de treinadores e melhorar as infra-estruturas de apoio aos melhores atletas.

Nos últimos anos têm sido dados passos importantes para a melhoria do nosso ténis. Se algumas das dificuldades acima mencionadas são dificeis de ultrapassar (não podemos aumentar a população nem mudar Portugal para o centro da Europa!), outras dependem apenas do trabalho que todos nós, que estamos no ténis, continuarmos a tentar fazer.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Um (bom) exemplo...

Hoje tivemos uma excelente noticia vinda do Quénia: o Artur Completo conseguiu qualificar-se para a final do torneio ITF que está a jogar em Mombassa. Para mim é mais do que um bom resultado desportivo! É um prémio para sua a persistência, humildade e capacidade de trabalho...e não existem muitos exemplos assim! O historial do seu percurso desportivo ao longo dos últimos anos é pouco comum. Habituou-se a ganhar desde muito novo. Foi dos melhores jogadores Sub12 portugueses. Depois, por variadas razões, iniciou uma curva descendente e as derrotas passaram a ser uma constante. Este percurso leva, na maioria das vezes, ao abandono precoce. Nunca desistiu e, com o apoio incondicional da família, conseguiu recuperar a motivação e a confiança. Os resultados que tem alcançado nos últimos tempos representam um justo prémio para ele e um excelente exemplo para todos!