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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ténis, o que mudou...


O que mudou no ténis....aqui ficam algumas reflexões sobre a evolução do ténis ao longo dos últimos 20 anos!

Relativamente ao ensino, o ténis, tal como muitas outras modalidades, alterou as suas metodologias. Actualmente valorizam-se mais os aspectos motivacionais. Adaptou-se o contexto de aprendizagem (campos mais pequenos e redes mais baixas) e o material utilizado (bolas progressivas e raquetes mais pequenas) de forma a facilitar a aprendizagem e, desta forma, tentar introduzir o “jogo” o mais cedo possível. Já lá vai o tempo em que a primeira coisa que uma criança aprendia quando começava a praticar ténis era aprender, de forma analítica, as diferentes técnicas do ténis.

A ciência que estuda o movimento humano (biomecânica) tem proporcionado uma evolução constante ao nível da optimização da técnica, permitindo gestos técnicos cada vez mais potentes, precisos e económicos.

O desgaste a que os jogadores estão submetidos pelas cargas de treino e competição elevadíssimas e pela repetição constante de movimentos explosivos, faz do ténis uma modalidade muito exigente em termos físicos e, por isso, muito propicia ao aparecimento de lesões. Esta área tem sido alvo de muitos estudos e tem, cada vez mais, um papel fundamental na preparação dos jogadores. Actualmente, o trabalho de prevenção de lesões está muito em voga e faz parte do plano de treino de qualquer jogador profissional.

A competitividade também aumentou, tanto a nível juvenil como profissional. O ténis democratizou-se, tornando-se uma modalidade cada vez menos elitista,  levando ao aumento do número de praticantes. Por outro lado, e apesar da Europa ser tradicionalmente a grande potência do ténis mundial (basta ver que, actualmente, o Top 10 ATP tem 8 jogadores europeus e que nos 20 melhores deste Ranking, 16 são do velho continente!), o ténis tem vindo a expandir-se para países que não tinham qualquer tipo de tradição na modalidade, com  especial destaque para os países asiáticos (sendo a China e o Japão os melhores exemplos).

O conhecimento ao nível das ciências do desporto - fisiologia, psicologia, biomecânica, metodologia do treino, entre outras - tem evoluído muito, exigindo a integração de especialistas de cada uma destas áreas, no apoio ao treinador.  Esta integração das diferentes ciências do desporto no processo de treino constitui uma das principais características e necessidades do desporto actual.

A presença da tecnologia também tem marcado a modalidade ao longo dos últimos anos, tanto ao nível do treino, como da competição e dos materiais. Existem cada vez mais ferramentas ao dispor dos treinadores e preparadores físicos com o objetivo de optimizar os processos de treino (software de análise estatística, instrumentos para avaliação e controlo do treino, etc.). Os materiais, nomeadamente as raquetes, sofreram uma evolução considerável, de forma a garantir cada vez melhores índices de controlo e velocidade de bola.

O perfil do jogador também tem vindo a sofrer alterações. O ténis tornou-se cada vez mais físico e os jogadores cada vez mais completos. A potência do jogo aumentou e o serviço e a resposta assumem um papel cada vez mais decisivo. O jogo tem-se tornado cada vez menos táctico e cada vez mais físico. Hoje em dia os jogadores procuram essencialmente impor o seu jogo e a sua potência, fazendo apenas alguns ajustes tácticos em função do adversário. Isto é ainda mais visível no ténis feminino.

No passado existiam jogadores de top com estilos de jogo totalmente distintos. Quem não se recorda de ver Mats Wilander  ou Michael Chang a jogar de forma muito consistente ao fundo do campo e de Stefan Edberg ou Pat Cash a jogar serviço-rede! Agora, e com excepções pontuais, não se veêm jogadores de top com estilos de jogo tão distintos. Hoje os jogadores são bons a fazer tudo! Servem bem, respondem bem, são muito fortes ao fundo do campo e jogam na rede sempre que é necessário.

Apesar de ser uma modalidade muito conservadora ao nível dos regulamentos, têm sido introduzidas algumas medidas  no sentido de adaptar a modalidade às exigências do “desporto espectáculo”. Em alguns torneios, podemos assistir a entrevistas aos jogadores no court, música nas mudanças de campo, o treinador a dar instruções no campo (apenas em algumas provas WTA),  entre outras medidas que procuram tornar o ténis uma modalidade cada vez mais aliciante para os espectadores.


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