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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

India

Terminou hoje a nossa digressão pela India. O Frederico jogou 2 torneios Challenger, um em Nova Deli e outro em Calcutá. Nem sempre conseguiu jogar o seu melhor ténis e, principalmente na segunda semana, o resultado acabou por saber a pouco. No entanto, foi uma experiência muito positiva. O Frederico está numa fase de ambientação a uma nova realidade mas estou confiante que o circuito Challenger será o seu novo desafio de carreira e que a curto-médio prazo estará em condições de lutar por outros resultados. Step by step...

Para terminar gostaria de escrever um pouco sobre a minha primeira visita à India. Já viajei por muitos países, já estive em todos os continentes, mas a India é diferente de tudo o que vi até hoje. É um misto de sentimentos. Por um lado, a "dor" de ver tanta pobreza, tantas crianças na rua, tanta gente a viver sem condições mínimas de conforto e higiene. Por outro lado, a sensação de que as pessoas vivem tranquilas e felizes, mesmo com muito pouco. Depois, é indiscritível a sensação de caos que se vive nas ruas, principalmente em Deli. A sensação de um caos organizado à maneira deles e com o qual os indianos se relacionam de forma muito natural. A confusão nas ruas é difícil de descrever por palavras mas não surpreende quando pensamos que só em Nova Deli vivem 25 milhões de pessoas!! Ao andarmos pela cidade temos a sensação que não existe nenhuma rua sem "vida", por muito pequena que seja. As ruas de Deli misturam lixo, pessoas, vacas, bancas a vender todo o tipo de produtos e milhões de carros, motas, bicicletas, autocarros e, claro, os famosos tuc tuc. Não existem regras de trânsito e o "buzinar" é a única forma de organização e de prevenção de acidentes. O mais incrível é que em 15 dias vi centenas de "quase acidentes" mas nunca nenhum se concretizou. A poluição sonora das "buzinas" é um cartão de visita da cidade. O outro é a poluição do ar. Nova Deli é, actualmente, a cidade mais poluída do Mundo! Teria muito mais para contar sobre a India, mas termino com uma última nota que me sensibilizou neste país: é notável como um país com tantas desigualdades sociais (a India tem 400 milhões de pessoas a viver com menos de 1,25 euros por dia e é o país do mundo com maior crescimento de multi-milionários!!) consegue viver em paz social e em segurança.

Até breve!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Orgulho Caldense!!!

Sabia que 3 dos mais promissores tenistas portugueses treinaram e fizeram a sua formação, ou parte dela, no Clube de Ténis das Caldas da Rainha? Falo de Gastão Elias, Tiago Cação e Frederico Silva. É verdade que a contribuição não foi a mesma nos 3 casos. Mas não deixa de ser um orgulho para o CT Caldas da Rainha poder ter contribuído para a formação de alguns dos melhores jogadores formados em Portugal nos últimos anos. O Gastão treinou nas Caldas, no tempo em que o Luis Miguel Nascimento era treinador do Clube. Tinha menos de 10 anos de idade. Depois treinou em vários clubes, nomeadamente no CIF, mas teve sempre o Luis Miguel Nascimento como seu treinador e mentor. Nos juniores a relação terminou e o Gastão decidiu radicar-se no EUA. O Tiago iniciou-se no ténis em Peniche com o Miguel Moreira (actualmente treinador na escola de ténis do CTCR/Felner Academy). Depois disso fez praticamente toda a sua formação como jogador nas Caldas. Veio com apenas 10 anos idade. Pouco tempo depois conquistou o seu primeiro título nacional de Sub 12.  Nos Sub 14 conquistou 2 títulos nacionais e estava na elite internacional dos atletas da sua idade. Aos 15 anos decidiu partir para a Noruega onde passou a ser orientado por um treinador português ali residente. O Frederico nunca conheceu outro Clube. Começou na escola de ténis com 6 anos de idade. Foi Campeão Nacional de Sub12, Sub 14, Sub16, nº1 da Europa de Sub 16, nº 6 do Mundo de Juniores, Vice-campeão da Europa de Juniores, ganhou Grand Slams, entre muito outros títulos que nos orgulham. Continua connosco até hoje. Esperemos que por muitos anos e com muito sucesso. 





segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Instagram





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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Análise Técnica - Direita de ataque

Aspectos Importantes:


- Intensidade dos apoios. Passos rápidos, curtos (ajuste), intensos.
- Procurar a bola no pontos mais alto ("tirar tempo").
- Dominar apoios estáticos e dinâmicos: apoio semi-aberto, apoio fechado e apoio em salto sobre a perna direita (esquerdino).
- Adequar o apoio à "altura da bola".
- Equilibrio no batimento (cabeça direita, colocação correcta dos apoios, rotação dos ombros sobre o mesmo eixo).








Pedro Felner

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Grand Slam


(Escrito para Jornal OJE - Outubro de 2012)

O Grand Slam 

Este ano tive a oportunidade de, pela primeira vez, estar presente nos quatro torneios de Grand Slam em ténis: Open Austrália (Melbourne), Roland Garros (Paris), Wimbledon (Londres) e US Open (Nova Iorque). Qualquer um destes eventos, embora com ambientes diferentes, impressiona pela sua grandiosidade. Durante quinze dias, estas cidades “respiram” ténis. Em qualquer um dos torneios do Grand Slam, fiquei impressionado pela forma como as pessoas “vivem” o evento. São os outdoors por toda a parte, as televisões em directo nos cafés, bares e restaurantes, as centenas de carros oficiais a circular pelas ruas e, claro,  muitas centenas de intervenientes a deambular pela cidade, desde os próprios jogadores, a treinadores, árbitros e pessoal do staff da prova.

Em Wimbledon revive-se a história da modalidade num ambiente tipicamente british, onde a tradição ainda hoje impõe regras únicas (é o único torneio do mundo onde os jogadores são obrigados a equipar-se totalmente de branco). A relva dos campos, as flores a ornamentar todo o recinto do torneio, os balcões a vender morangos com chantili e a chuva constante completam o cenário muito próprio de Wimbledon.

No US Open, o ambiente é tipicamente americano embora seja perceptível a presença de muitos milhares de espectadores “turistas” que, juntando o útil ao agradável, aproveitam também para visitar a Big Apple. Animação nas bancadas, muita música, as entrevistas em pleno court no final dos encontros e o fast food também são imagens de marca do Grand Slam americano.  Na Austrália, predomina o estilo cool, com milhares de pessoas espalhadas pelo recinto, muita festa nas bancadas e muita cerveja para ajudar a ultrapassar o abrasador calor australiano.

O ténis em terra batida é talvez o mais apreciado pelos espectadores. O jogo é mais físico, mais longo e as estrelas que vencem em Paris são normalmente considerados verdadeiros “guerreiros” pela sua capacidade física e mental. Roland Garros junta milhares de crianças, jovens e menos jovens, todos na ânsia de ver o melhor ténis do Mundo sobre terra batida.

Todos os torneios do Grand Slam têm em comum o facto de serem autênticos negócios de milhões. Os bilhetes disponíveis para venda estão sistematicamente esgotados. Os sponsors, a restauração, o merchadising  e os direitos de transmissão televisiva são algumas das formas de financiamento destes eventos milionários. Quem tem acesso aos bastidores facilmente se apercebe da complexidade que envolve a sua organização. São milhares de colaboradores recrutados para um evento que dura apenas quinze dias.

Felizmente, uma grande fatia dos lucros angariados na organização destes torneios são canalizados para o desenvolvimento do ténis nos seus países. Não é por acaso que os países que organizam torneios do Grand Slam são dos que mais investem na promoção da modalidade e na formação de jovens talentos. Todos eles têm o sonho de ver, um dia, um tenista da casa a vencer o seu torneio. Grande parte dos lucros obtidos são canalizados para as respectivas federações nacionais para serem investidos no apoio à carreira de jovens tenistas.

Que falta nos fazia um torneio de Grand Slam!


Pedro Felner

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A teoria e a realidade do CAR (parte I)


Nunca comentei publicamente este CAR. Admiro as pessoas que lá trabalham mas acho que trabalham num conceito que está errado à nascença. No seu segundo ano de funcionamento, confirmam-se as piores, mas esperadas, expectativas. Tive a possibilidade de falar com o presidente da FPT antes do lançamento do CAR e lhe dar a minha opinião sobre o projecto: sou a favor do CAR. Sou, como sempre fui, contra este modelo de CAR. Sou a favor de um CAR que “lute” por ter jogadores top100 em Portugal, independentemente das suas opções técnicas.

Admiro o Presidente da FPT. Acho que está a fazer um excelente trabalho em algumas áreas. É um homem com uma grande paixão pelo ténis e de convicções fortes. Voltar a ter um centro de alto-rendimento na FPT era, e muito bem, uma ambição que tornou publica desde inicio. O problema foi ter acreditado que o novo CAR, com um modelo rigorosamente igual ao anterior, iria ter o sucesso que o anterior não teve. Pensava que tudo seria diferente se mudasse as “caras” do projeto e se arranjasse uma carrinha para pôr os nossos jogadores a competir regularmente nos futures da Península Ibérica.  

Temos de ser claros e falar verdade. Temos de assumir quais os objectivos do CAR. O Estado, que patrocina o CAR, deveria saber quais os verdadeiros objectivos que persegue o CAR. E deveria avaliar esses resultados. Só neste país se dá dinheiro a fundo perdido para projetos de alta-competição sem avaliar resultados e sem pedir explicações aos seus responsáveis. Se o objectivo deste CAR é formar jogadores Top100, queremos saber em quantos anos e quais os objectivos/resultados que se comprometem a alcançar até lá chegar.

Será que o Estado, que investe milhares de euros num projeto que publicamente anunciou que tem como objectivo colocar jogadores portugueses no Top100 ATP tem noção que, em Portugal, um jogador com 19 anos que está no Top300 ATP não tem nenhum enquadramento neste CAR e não recebe 1 euro de apoio? 

Sejamos claros: ou queremos que o CAR seja uma estrutura gratuita de apoio a jogadores portugueses, com maior ou menor potencial, ou queremos que o CAR seja um projeto que tenha como finalidade ultima apoiar os atletas portugueses com mais possibilidades de chegar ao tal objectivo do Top100 do Mundo. Ou queremos que o CAR seja essencialmente (e salvo algumas honrosas excepções) um projeto que ajude a elevar o nível médio do nosso ténis, ajude os atletas a obter estatutos de alta-competição e a formar bons jogadores para as universidades americanas, ou queremos um CAR que invista tudo o que tem para apoiar aqueles que têm mais possibilidade de chegar ao top mundial. Pelos vistos este modelo de CAR quer as duas coisas, mas muito dificilmente irá alcançar a ultima. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ténis, o que mudou...


O que mudou no ténis....aqui ficam algumas reflexões sobre a evolução do ténis ao longo dos últimos 20 anos!

Relativamente ao ensino, o ténis, tal como muitas outras modalidades, alterou as suas metodologias. Actualmente valorizam-se mais os aspectos motivacionais. Adaptou-se o contexto de aprendizagem (campos mais pequenos e redes mais baixas) e o material utilizado (bolas progressivas e raquetes mais pequenas) de forma a facilitar a aprendizagem e, desta forma, tentar introduzir o “jogo” o mais cedo possível. Já lá vai o tempo em que a primeira coisa que uma criança aprendia quando começava a praticar ténis era aprender, de forma analítica, as diferentes técnicas do ténis.

A ciência que estuda o movimento humano (biomecânica) tem proporcionado uma evolução constante ao nível da optimização da técnica, permitindo gestos técnicos cada vez mais potentes, precisos e económicos.

O desgaste a que os jogadores estão submetidos pelas cargas de treino e competição elevadíssimas e pela repetição constante de movimentos explosivos, faz do ténis uma modalidade muito exigente em termos físicos e, por isso, muito propicia ao aparecimento de lesões. Esta área tem sido alvo de muitos estudos e tem, cada vez mais, um papel fundamental na preparação dos jogadores. Actualmente, o trabalho de prevenção de lesões está muito em voga e faz parte do plano de treino de qualquer jogador profissional.

A competitividade também aumentou, tanto a nível juvenil como profissional. O ténis democratizou-se, tornando-se uma modalidade cada vez menos elitista,  levando ao aumento do número de praticantes. Por outro lado, e apesar da Europa ser tradicionalmente a grande potência do ténis mundial (basta ver que, actualmente, o Top 10 ATP tem 8 jogadores europeus e que nos 20 melhores deste Ranking, 16 são do velho continente!), o ténis tem vindo a expandir-se para países que não tinham qualquer tipo de tradição na modalidade, com  especial destaque para os países asiáticos (sendo a China e o Japão os melhores exemplos).

O conhecimento ao nível das ciências do desporto - fisiologia, psicologia, biomecânica, metodologia do treino, entre outras - tem evoluído muito, exigindo a integração de especialistas de cada uma destas áreas, no apoio ao treinador.  Esta integração das diferentes ciências do desporto no processo de treino constitui uma das principais características e necessidades do desporto actual.

A presença da tecnologia também tem marcado a modalidade ao longo dos últimos anos, tanto ao nível do treino, como da competição e dos materiais. Existem cada vez mais ferramentas ao dispor dos treinadores e preparadores físicos com o objetivo de optimizar os processos de treino (software de análise estatística, instrumentos para avaliação e controlo do treino, etc.). Os materiais, nomeadamente as raquetes, sofreram uma evolução considerável, de forma a garantir cada vez melhores índices de controlo e velocidade de bola.

O perfil do jogador também tem vindo a sofrer alterações. O ténis tornou-se cada vez mais físico e os jogadores cada vez mais completos. A potência do jogo aumentou e o serviço e a resposta assumem um papel cada vez mais decisivo. O jogo tem-se tornado cada vez menos táctico e cada vez mais físico. Hoje em dia os jogadores procuram essencialmente impor o seu jogo e a sua potência, fazendo apenas alguns ajustes tácticos em função do adversário. Isto é ainda mais visível no ténis feminino.

No passado existiam jogadores de top com estilos de jogo totalmente distintos. Quem não se recorda de ver Mats Wilander  ou Michael Chang a jogar de forma muito consistente ao fundo do campo e de Stefan Edberg ou Pat Cash a jogar serviço-rede! Agora, e com excepções pontuais, não se veêm jogadores de top com estilos de jogo tão distintos. Hoje os jogadores são bons a fazer tudo! Servem bem, respondem bem, são muito fortes ao fundo do campo e jogam na rede sempre que é necessário.

Apesar de ser uma modalidade muito conservadora ao nível dos regulamentos, têm sido introduzidas algumas medidas  no sentido de adaptar a modalidade às exigências do “desporto espectáculo”. Em alguns torneios, podemos assistir a entrevistas aos jogadores no court, música nas mudanças de campo, o treinador a dar instruções no campo (apenas em algumas provas WTA),  entre outras medidas que procuram tornar o ténis uma modalidade cada vez mais aliciante para os espectadores.